Panorama Geográfico de Vila Rica
O antigo município de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, está localizado no estado de Minas Gerais, na Serra do Espinhaço, próximo ás cidades de Mariana e São João Del Rei e se destaca por sua importância histórica que lhe rendeu, em 1933, o título de “Cidade Monumento Nacional” e, posteriormente, em 1980, a nominação de “Patrimônio Cultural da Humanidade”. Está situada em uma região de clima subtropical úmido, com área aproximada de 1.245 Km² e população de 70.227 habitantes.
A formação de Vila Rica ocorreu com a junção de povoados que se instalavam às margens dos rios e ribeirões para o garimpo do ouro, que era realizado através do processo de levigação. O ouro encontrado possuía coloração mais escura, atribuindo ao local a denominação Ouro Preto. O desenvolvimento da mineração culminou na expansão da cidade e crescimento demográfico significativo que possibilitou Vila Rica ser escolhida para sediar a capital de Minas Gerais e o movimento da Inconfidência Mineira.
Ouro Preto tem o turismo e as atividades das indústrias de metalurgia e mineração como principais atividades econômicas. A cidade se formou em um vale rodeado pela serra do espinhaço e, por isso, 55% de seu território é montanhoso, 40% ondulado, 5% plano e a altitude média é de 1.116 metros. Devido ao caráter topográfico da região, as nascentes do Rio das Velhas, Piracicaba, Gualaxo do Norte, Gualaxo do Sul, Mainart e Ribeirão Funil estão localizadas em Ouro preto. Ouro, hematita, dolomita, turmalina, pirita, granada, moscovita, topázio e topázio imperial são alguns minerais encontrados na cidade que está situada na Zona Metalúrgica de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero), sendo o topázio imperial um mineral exclusivo da região.
Ouro Preto desenvolveu-se com a exploração do ouro e moldou sua cidade em torno da atividade, que hoje é, grande parte, tombada pelo Patrimônio Histórico. A cidade histórica é um símbolo nacional que representa o período de maior riqueza brasileira, que foi a descoberta do ouro.
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Ouro Preto: Principais Minerais
Em Minas Gerais, a cidade de Ouro Preto se destaca como a mais bela pertencente ao período barroco. Esse destaque dado à cidade deve-se à extração aurífera e de outras pedras como a dolomita, turmalina, granada, moscovita e topázio na região. A extração era de tamanha abundância que, na maioria das vezes. toneladas de ouro eram extraídas e mandadas para Portugal. Essa demasiada prática fez com que minas e o ouro de aluvião se extinguissem durante os anos.
Com o passar dos séculos, Ouro Preto ainda é reconhecida como o berço do barroco mineiro. A cidade guarda aspectos peculiares sobre o estilo de época. O talco, conhecido como "pedra sabão", era usado para esculturas, esse material só era encontrado, em tamanha magnitude, na região, além disso, o número de peças "banhadas" a ouro é imenso, outro aspecto que mostra a fartura desses minerais no local.
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QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO EM OURO PRETO
Ouro Preto surgiu com o nome de Vila Rica, sendo resultado da colonização do interior brasileiro na exploração do ouro de aluvião, fato ocorrido no final do século XVII. Com a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o nome de Ouro Preto e tornou-se a capital de Minas Gerais até 1897. Hoje Patrimônio Histórico Mundial, a cidade representa a síntese da arte colonial mineira, não apenas pela expressão de sua história, mas pelas excepcionalidades do acervo cultural que preservou.
Muitas pessoas pensam que ter qualidade de vida é ter saúde, mas esse termo não está somente relacionado a isso. A qualidade de vida é mais abrangente, medindo as condições de vida de uma pessoa por meio de conceitos que envolvem o bem estar espiritual, físico, mental, psicológico, emocional, saúde e dos relacionamentos sociais. Na qualidade de vida, existem os 7 pilares, que são:
Alimentação: ter uma boa qualidade de vida também é ter uma alimentação saudável. Evitar alimentos excessivamente calóricos, preferir cozidos às frituras, equilibrar proteínas e carboidratos, comer frutas e vegetais, são exemplos de uma alimentação saudável.
Exercícios Físicos: as atividades físicas evitam a obesidade e previnem várias doenças. Além disso, ao fazer exercícios físicos o corpo produz endorfina, antidepressivo natural do corpo.
Sono: durante o sono, o organismo elimina toxinas, fabrica hormônios, renova o metabolismo, descansa a mente, reduz o estresse, ativa a memória e elimina gorduras.
Trabalho: traz realizações pessoais e aumenta a autoestima.
Afetividade: é o fator mais importante. A mente de uma pessoa tem uma necessidade básica de afeto e acolhimento. Quando o individuo é suprido afetivamente, torna-se uma pessoa forte para enfrentar os problemas da vida.
Sexualidade: o sexo contribui para uma vida mais duradoura, já que ajuda a relaxar e aliviar as tensões.
Lazer: é o momento para a pessoa descansar, relaxar e diminuir/acabar com o estresse.
A qualidade de vida é um fator muito importante que deve ser valorizado e respeitado, pois todos merecem obtê-la de forma digna.
Este trabalho foi realizado de forma aleatória, com uma pequena parcela dos habitantes nativos de Ouro Preto, sendo na sua maioria idosos. Um dos motivos possíveis dessa predominância da população, provavelmente, se deve ao fato de se tratar de uma cidade histórica, que não acompanha os índices de desenvolvimento econômico das cidades com maior fluxo migratório, bem como ao fato da população jovem ser temporária, uma vez que a UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) é uma das melhores universidades de Minas Gerais, atraindo um fluxo grande desta faixa etária para a cidade.
A cidade de Ouro Preto é muito conhecida por sua história, mas esse trabalho irá revelar aspectos relevantes sobre os índices de que qualidade de vida de sua população.
Pesquisa em campo
O objetivo do trabalho foi analisar a qualidade de vida de uma pequena parcela da população da histórica cidade de Ouro Preto/MG. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa descritiva e uma análise por meio de entrevista via questionário. Para tal, foi utilizada uma versão adaptada dos Instrumentos de Avaliação de Qualidade de Vida (WHOQOL).
A pesquisa realizada não submeteu aos participantes nenhuma complicação legal, pois os procedimentos adotados obedeceram aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos, conforme previsto no Conselho Nacional de Saúde, conservando a dignidade do voluntário.
Conclusão
Analisando os dados extraídos a partir da pesquisa realizada com uma pequena parcela da população da cidade de Ouro Preto, concluímos que a maioria dos entrevistados possui uma boa qualidade de vida, uma vez que mostram altos índices de satisfação com relação a aspectos como: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais e saúde. Entretanto, percebe-se uma variação no sentimento dos indivíduos em alguns itens, afinal, não é necessário que todos estejam contentes com os mesmos aspectos podendo haver pessoas que consideram sua saúde boa e os meios de transportes ruins, enquanto outras pensem o contrário.
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Ouro Preto: o Sagrado e o Profano
Uma qualidade inerente ao ser humano é a busca pelo sagrado e por um ser transcendente, dentro ou fora de uma determinada religião, tendo como objetivo compreender a razão da vida. A religião reflete a sociedade, reproduz a sua estrutura, se modifica quando ela sofre grandes alterações e exerce também grande influência sobre ela.
Na sociedade colonial mineira, a religião teve um papel excepcional, com a existência das Irmandades, instituições que eram pilares de sustentação para a fé católica local. Em uma sociedade acometida por um clima de insegurança e instabilidade, a religião era importante veículo para apaziguar as tensões sociais. O curioso dessas instituições é que além de conseguirem manter a estabilidade sociale de serem locais de socialização das pessoas,também apresentavam uma espécie de competição entre si por meio da construção de templos e igrejas com luxo, requinte, exuberância e opulência, utilizando do farto ouro existente na capitania, entre outros minérios.
O estilo das construções da época era o barroco, marcado pela presença de antíteses e paradoxos; um exemplo claro dessas antíteses nas Igrejas da antiga Vila Rica e a relação entre o Sagrado e o Profano.
As Igrejas das Irmandades erammarcadas pelas dualidades, seja pelo jogo de luz e sombra, dado pelo posicionamento estratégico das janelas, que faziam com que o púlpito e o altar, locais em que ficavam os padres, tivessem maior luminosidade, seja pelojogo de temperatura (calo e frio), ou pela presença de símbolos como a cruz e o cordeiro, que representam o sagrado, e de estatuetas em forma de fênix,ave mitológica que renasce das próprias cinzas, um objeto claramente profano. Percebe-se que os símbolossão alegoriaspara a ressurreição de Jesus, e que a luz e o calor demonstravam o sagrado, enquanto o frio e a sombra, o profano.
Na Igreja do Carmo, havia partituras de canções profanas (Vivaldi e Bach) no forro da Igreja (sagrado) e também tinham esculturas de anjos (sagrado) com feições mulatas (o que para a sociedade da época era considerado profano). O pelourinho, local de aplicar a punição ao escravo desobediente era outra representação profana em frente a um local sagrado. A boemia carnavalesca também era considerada profana e logo após esse evento vinha a quaresma, período sagrado.
Ouro Preto, considerada Patrimônio Histórico pela ONU em 1980, é uma das principais cidades de Minas Gerais que mostram a cultura colonial local e as matrizes da religião católica no Brasil. É um dos mais importantes centros para o estudo da arte barroca e da religião, incluídos nesses temas está o Sagrado e o Profano, as dualidades existentes nas Igrejas, que serviam para manter a estabilidade e organização social.
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A Presença do Sagrado e do Profano na Cidade de Ouro Preto
Ouro Preto foi uma das mais importantes cidades quando o Brasil ainda era uma colônia, tanto quando o assunto era religioso quanto relacionado à extração de ouro. Desde sua formação até os dias de hoje, ainda apresenta referências Sagradas e Profanas.
A cidade está localizada muito próxima às regiões onde havia e ainda há exploração de minérios e, principalmente, ouro. Esse ouro era extraído por exploradores que, para comercializá-los, deviam pagar diversos impostos à Corte Portuguesa, como o Quinto, em que 20% do que era extraído deveria pertencer a Portugal. Como era esse um valor muito alto, os exploradores faziam o possível para esconder parte do ouro e conseguir obter um lucro maior. Uma de suas artimanhas era colocar certa quantidade de ouro em santos de madeira ocos e, como era um símbolo religioso, os soldados da corte não tinham o direito de quebrá-los. Essa atividade deu origem à famosa frase popular “Santinho do pau oco”. Tudo isso passa a se tornar profano a partir do momento em que um objeto que deveria ser sagrado passa a ser um objeto designado ao roubo e contrabando, o que mostra a presença de atividade profana em Ouro Preto em sua formação e desenvolvimento.
Para tornar o ouro “menos profano” e “mais sagrado”, foram feitas diversas igrejas com a arquitetura e decoração barroca na cidade de Ouro Preto durante sua construção, sendo assim, o ouro era muito utilizado nos altares, paredes e no interior das igrejas como um todo. Passou a ser então algo imprescindível para a religião na cidade, portanto pôde ser colocado como algo sagrado.
Além disso, Ouro Preto é conhecido por sua festiva comemoração do Carnaval. Segundo moradores da cidade, durante essa época do ano, os jovens, menores de idade ou não, fazem uso excessivo de bebidas alcoólicas, fantasiam-se até mesmo de cariá (demônio) e dançam músicas consideradas profanas pela Igreja. Sendo assim, a comemoração, que ocorre anualmente, passa a ser, também, profana.
Há uma contradição em relação aos moradores, principalmente mais jovens da cidade, uma vez que logo após a temporada de Carnaval vem a Páscoa, que pode ser considerada um momento de ressurreição e arrependimento. É nesse momento em que ocorrem várias festas religiosas na cidade, mostrando seu lado bastante sagrado e dessas festas participam os jovens que estavam anteriormente festejando o Carnaval. Há então a presença do sagrado e profano juntos ainda nos dias de hoje.
A cidade de Ouro Preto possui, portanto, a presença do sagrado desde seu início, como ocorreu na construção de Igrejas e ocorre nas comemorações feitas pelos moradores ano após ano. Entretanto, a cidade possui também marcas profanas de quando ainda estava em processo de desenvolvimento, que foi o contrabando e o uso de objetos sagrados para isso e, atualmente, a comemoração do Carnaval.
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POEMA/VÍDEO
A MULHER: EXEMPLO VIVO DE ARTE, DE HISTÓRIA E DE SENSIBILIDADE EM OURO PRETO
Neste ano de 2014, a Semana de Arte do Colégio Santa Marcelina teve como tema, “Arte Substantivo Feminino”. Esse tema foi foco também do trabalho do 1º ano do EM durante a visita à Ouro Preto. Os alunos, com a orientação do professor de artes, Aloísio, tiveram a “missão” de observar a mulher, na arte, no barroco, em sua sensibilidade, no seu dia a dia, exercendo seus diversos papéis, ou seja, a mulher forte, guerreira, delicada, carinhosa, mãe, sensível, como criatura única e especial que é. Durante a viagem, o grupo se deparou com diferentes tipos de mulheres, que perante a sociedade, são consideradas invisíveis, mas, ao serem analisadas e percebidas de forma sensível e humana, fazem grande diferença na vida de muitas pessoas conhecidas ou não, e abrilhantam ainda mais a cidade de Ouro Preto, uma vez que se transformam em exemplos vivos de arte e história, de forma belíssima.
Assista aos vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=ukBoSVYT45c&feature=youtu.be
© 2014 by GABRIEL MAYRINK/